quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Ciência e tecnologia


A VIDA DE empresário mostrou-me quão grande é o impacto que investimentos em ciência e tecnologia (C&T) têm sobre uma empresa e um país. Vejam o caso da Finlândia, onde, graças a tais investimentos, uma empresa que fazia botas de borracha e cabos elétricos tornou-se líder mundial na produção de celulares (Nokia). Ou o da Coreia do Sul, que, apostando na educação tecnológica de seu povo, alcançou tal riqueza que em nada lembra o país que emergiu arrasado da guerra com o Norte, em 1953.
Aqui, estamos longe de dar ao tema a atenção merecida. Não que a situação seja de todo má: é justo reconhecer os aportes feitos pelo Estado brasileiro no setor. Estes geraram, por exemplo, a Embrapa, talvez a melhor empresa de pesquisa agropecuária do planeta. Mas ainda é pouco. Segundo o Banco Mundial, o Brasil investe só 1,02% de seu PIB em pesquisa. E, no último levantamento do Fórum Econômico Mundial, ficamos na 59ª posição em um ranking de 175 nações que conseguem aproveitar novas tecnologias para aumentar a eficiência de suas economias.
O investimento em C&T é vital para aumentar o valor agregado de nossas exportações, hoje ancoradas em commodities minerais e agrícolas. Aliás, também só continuaremos líderes nestes setores se, com o uso de ciência aplicada, formos capazes de prosseguir melhorando nossa produtividade no campo e no subsolo.
É o caso do pré-sal. Não se extrai óleo de rochas a tal profundidade sem trabalhadores especializados e tecnologia de ponta. A Petrobras já é capaz de explorar o pré-sal, mas precisa melhorar a rentabilidade da operação. E para isso a empresa e o Brasil terão de investir ainda mais em ciência e tecnologia no setor.
Aliás, louve-se a iniciativa do governo federal de decidir que parte dos ganhos com o petróleo do pré-sal vá para um fundo voltado à educação, ciência e tecnologia. Lembremos, porém, que há outras barreiras, além da financeira, para o desenvolvimento da C&T no país. Uma delas é a legislação sobre o tema, que precisa ser atualizada.
Outra questão são os tributos. É preciso haver incentivos às empresas que investem em C&T. É má ideia cobrar impostos sobre os valores que uma companhia aplica em pesquisa. Devemos estimular as empresas a fazê-lo, não puni-las com mais encargos.
Por fim, o Brasil precisa qualificar seus recursos humanos na área. Há no país menos de 2 pesquisadores para cada grupo de 1.000 trabalhadores ocupados. Em ciência e tecnologia, homens e mulheres instruídos e motivados são o que há de mais importante.

EMÍLIO ODEBRECHT

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

A Espanha inaugura a primeira biblioteca de produtos e materiais inovadores do setor moveleiro


A iniciativa partiu da necessidade de catalogar e propor às empresas do setor novos produtos e materiais comercializados ou em fase de comercialização aptos de serem integrados nos produtos dos móveis e do hábitat.

Uma centena de materiais e produtos inovadores foi exposta no Instituto Tecnológico de Móvel, Madeira, Embalagem e Afins, AIDIMA, durante a apresentação de Materializa, a primeira biblioteca de materiais da Espanha que orienta esta iniciativa para dar serviço específico aos setores do móvel e do hábitat.

domingo, 13 de dezembro de 2009

Direitos e deveres dos médicos


JULIO ABRAMCZYK
COLUNISTA DA FOLHA

O "Diário Oficial da União" publicou, no último dia 24, o novo Código de Ética Médica, que entra em vigor dentro de 180 dias.
O código é composto por 25 princípios básicos do exercício da medicina, direitos e deveres de médicos e pacientes e disposições gerais relacionadas a eventuais omissões do novo código, que serão sanadas pelo Conselho Federal de Medicina.
A profissão não pode ser exercida como comércio. O médico não é obrigado a prestar serviços que contrariem a sua consciência. Ele é obrigado a guardar sigilo no desempenho de suas funções e sua atuação não caracteriza relação de consumo.
Nas situações clínicas irreversíveis e terminais, deve evitar procedimentos desnecessários, propiciando cuidados paliativos.
É direito do médico decidir o tempo dedicado ao paciente e também recusar-se a realizar atos médicos permitidos por lei que sejam contrários à sua consciência.
É vedado ao médico criar embriões com finalidade de escolha de sexo, deixar de denunciar tortura, usar da profissão para corromper costumes, desrespeitar a vontade de pessoa capaz em greve de fome ou alimentá-la compulsoriamente, assim como deixar de elaborar prontuário médico legível com data, hora, assinatura e número do registro no CRM.

julio@uol.com.br


segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Dicas de Leitura


A Ralé Brasileira
484 págs., R$ 59
de Jessé Souza (org.). Ed. UFMG (tel. 0/ xx/ 31/3409-4650).
A obra discute a desigualdade social brasileira, tomando como referência a classe dos indivíduos excluídos dos meios de apropriação cultural e econômica.

Tom da pele de Obama varia conforme ideologia de quem a vê, diz estudo


JANAINA LAGE
DE NOVA YORK

Liberais e conservadores discordam de quase tudo quando o assunto é a política do presidente Barack Obama. Uma pesquisa conduzida pelas universidades de Chicago, Nova York e Tilburg (na Holanda) mostra que divergem até mesmo quando o assunto é a cor da pele do presidente.
O estudo mostra que a visão política do eleitor pode mudar a percepção visual do tom da pele do candidato. A maneira como o eleitor enxerga o candidato está diretamente ligada à intenção de voto. Na prática, a pesquisa indica que as pessoas identificam um tom de pele mais claro como mais representativo de um candidato com quem têm afinidades.
A pesquisa foi conduzida no ano passado, quando Obama ainda era candidato. Com base em imagens reais e alteradas digitalmente, pesquisadores pediram a mais de cem universitários que apontassem a foto que melhor representava Obama. Foi solicitado também que explicassem sua própria orientação política.
Os resultados mostraram que os estudantes liberais eram cinco vezes mais propensos a indicar imagens de Obama clareadas digitalmente. Os conservadores eram duas vezes mais propensos a escolher imagens escurecidas.
Em uma etapa posterior, os pesquisadores verificaram em qual candidato os estudantes haviam votado. Mais uma vez, os que apontaram a fotografia artificialmente mais clara estavam mais inclinados a votar em Obama. A lógica só é válida para candidatos que são filhos de brancos e negros. A mesma experiência com imagens do candidato republicano à época John McCain não mostraram diferença de percepção.
"Diferenças sutis no tom da pele de uma pessoa podem afetar decisões como quem contratar para um emprego", diz Eugene Caruso, professor de Ciência Comportamental da Universidade de Chicago e um dos autores do estudo.
Os próprios pesquisadores levantaram a hipótese de que a diferença de percepção fosse resultado de racismo e preconceito. Eles realizaram testes e questionários junto aos participantes para isolar o efeito e viram que mesmo assim o resultado era consistente. Uma das hipóteses é que culturalmente os americanos estão mais inclinados a associar luminosidade a algo bom.
"Apesar de, como sociedade, termos alcançado um progresso real em relação à redução da discriminação e do racismo, existem outras formas mais sutis de preconceito que ainda podem ter consequências muito significativas" disse Emily Balcetis, outra autora do estudo, a um jornal de Nova York.
Os pesquisadores afirmam que já houve tentativas de capitalizar com a manipulação de imagens nos EUA. Eles citam como exemplo a polêmica em torno de um anúncio na TV veiculado na época das prévias pela campanha da atual secretária de Estado, Hillary Clinton, em que Obama aparecia em tons mais escuros do que o real. Eles citam ainda a imagem da capa da revista "Time" com a foto do ex-jogador de futebol americano O.J. Simpson escurecida logo depois que ele foi acusado de assassinato.

quinta-feira, 3 de dezembro de 2009

Google permite que empresas de mídia limitem conteúdo gratuito


O Google informou, nesta terça-feira, que decidiu permitir que as empresas de mídia estabeleçam um limite diário de notícias que os leitores podem ver de graça, através do gigante de buscas pela internet.

Yahoo Notícias.