Com melhores notas e mais chances de entrar nas universidades de maior prestígio, as estudantes chinesas têm causado um movimento de contrafluxo na cultura paternalista do país. A preocupação com a consequente falta de confiança pessoal e a baixa na masculinidade gera a chamada "crise dos meninos", que temem um possível mundo sob o controle das mulheres. Confira os 10 melhores sistemas de ensino do mundo "A educação superior é o único nível da sociedade em que as mulheres se dão melhor na China", conta a americana Leta Hong Fincher, doutoranda em Gênero na Universidade Tsinghua, em Pequim, uma das mais respeitadas do país. A fim de garantir a entrada de mais meninos nas universidades de ponta, como Tsinghua, Universidade de Pequim, Jiaotong, Universidade do Povo e Universidade de Comunicação, a Escola de Ensino Médio Número 8 abriu inscrições para uma classe só de meninos. O projeto, aceito em caráter experimental, foi aprovado no final de março e entrou em vigor no dia 18 de abril. A ideia inicial de Lu Qinsheng, diretor da escola, era transformar o estabelecimento todo em uma escola preparatória para rapazes. Mas seu pedido só foi concedido para duas classes experimentais com a capacidade para 60 alunos. A crise dos meninos chineses Para Lu, meninas são mais disciplinadas e, por isso, atingem melhores resultados na escola, o que abala a confiança dos meninos em suas próprias capacidades. Uma aula sem meninas, diz o diretor da escola de Xangai, permite a execução de um plano didático especial, a fim de que os alunos "possam atingir suas capacidades plenas". Especialistas da Academia de Ciências Sociais de Xangai apontam que a crise dos meninos revela problemas com o sistema educacional e de avaliação chinês, que desconsidera características comumente masculinas, como hiperatividade. "Os meninos chineses são mais mimados do que as meninas, pois crescem sob o valor cultural que diz que, para que casem, eles precisam ter um apartamento, e os pais devem comprar o imóvel", explica Leta. "Com isso, os meninos acreditam que os pais, a sociedade, devem algo a eles, e tendem a se esforçar menos". Conforme o Atlas Mundial de Gênero na Educação 2012 da Unesco, as escolas chinesas têm mais meninas matriculadas do que meninos. Cerca de 78% dos meninos em idade para cursar o ensino médio estão matriculados, ao passo que 83% das meninas têm uma vaga garantida nas escolas nacionais. Na graduação, a média comparativa cai para 24% dos meninos e 25% das meninas. A necessidade financeira, que obriga diversos jovens de famílias pobres a trabalhar, é uma das causas da descontinuidade na educação. Para chinesas da zona rural, que estudam até o sexto ano, em média, o fato de serem alfabetizadas é suficiente. Depois disso, elas partem ou para o casamento ou para o trabalho no campo. A separação dos gêneros Em abril, a escola Yueqing Yucai, de Zhejiang, província no nordeste do país, emitiu uma série de proibições com relação ao contato entre meninos e meninas. Estão proibidos os passeios de mãos dadas, conversas em locais privados (como corredores escuros) e o namoro entre os estudantes. A ideia é forçar que os alunos se foquem nos estudos. Em diversas províncias, as meninas são ainda obrigadas a manter os cabelos curtos para que não chamem a atenção dos meninos. Mulheres sofrem discriminação na China "As meninas chinesas estudam muito e conseguem se especializar altamente. Porém, os avanços femininos na educação não se traduzem no fortalecimento das mulheres cultural ou economicamente", explica Leta. "As mulheres ainda ganham menos, têm menos chances de serem promovidas e têm uma carreira mais curta". As razões para a discriminação vão além da cultura e aumentam conforme as mulheres envelhecem, diz Leta. Pelos costumes, as chinesas devem casar aos 25 anos, ter filhos aos 28 e aposentar-se entre 50 e 55 anos. "Os empregadores têm mais medo de contratar mulheres em função da posição social que ocupam, por serem mães e precisarem cuidar dos filhos", acrescenta a especialista. O governo chinês não tem políticas de gênero para garantir que ou a crise dos meninos não ocorra ou que as mulheres não sejam discriminadas no mercado de trabalho. Além de a lei chinesa garantir aos homens uma aposentadoria mais tardia, a representação feminina política é virtualmente nula. "Se o governo tomasse medidas firmes contra a discriminação de gênero e não alardeasse uma 'desvantagem' masculina, a igualdade seria maior e o mercado de trabalho, mais saudável", reitera Leta. Fonte: Terra Educação
O fenômeno não é isolado e já vem sendo estudado em escolas mundiais há décadas. Analistas propõem diversos métodos disciplinares para manter meninos competitivos na escola e que levem em consideração as diferenças neurológicas entre os gêneros. A separação das classes, porém, é controversa no mundo acadêmico, com as escolas preparatórias masculinas e internatos sendo criticados pela formação de jovens menos capazes de lidar com o sexo oposto.
A separação entre meninos e meninas na escola criou um debate na mídia chinesa. Primeiro, porque sugere que meninos que convivem com meninas perdem masculinidade. A segunda questão levantada é a dificuldade que os meninos poderiam vir a ter durante a fase adulta para se relacionar com o sexo oposto. Por fim, a terceira questão seria o aumento da violência nas escolas devido aos "ânimos masculinos". "Os meninos lidam de forma pior com autoridade que meninas, e são mais difíceis de controlar. Principalmente na China, por serem os preferidos das famílias e, assim, mais mimados", avalia Leta.
Ainda que as meninas garantam notas mais altas e ocupem mais vagas nas instituições de ponta, os setores da educação que atraem os meninos são os que garantem salários mais altos, como tecnologia da informação e engenharias (71% dos estudantes são homens) e administração de Empresas (52%). Apenas 25% das vagas para cursos de MBA são ocupadas por mulheres.
terça-feira, 5 de junho de 2012
Baixa autoestima leva escola chinesa a abrir turma só para meninos
segunda-feira, 4 de junho de 2012
Incrivel!!! Centro de Eventos da UFSC está interditado
O Centro de Cultura e Eventos da Universidade Federal de Santa Catarina foi interditado na manhã desta segunda-feira, dia 4, por causa do alagamento de vários setores provocado pela chuva que começou na madrugada. Foram fechadas a praça de alimentação, a livraria Livros & Livros, a agência do banco Santander, as lojas e a parte administrativa.A água tomou conta do prédio porque a empresa que fazia a troca da cobertura retirou as telhas no fim de semana sem levar em conta o risco de chuva, que era prevista desde quinta-feira.
A direção do Departamento de Cultura e Eventos estima que será possível reabrir os restaurantes e cafés amanhã, quando a energia for religada. A conclusão da obra na cobertura depende da melhoria nas condições do tempo. A empresa Salve, responsável pelo serviço, estima em oito dias úteis o prazo para a conclusão dos trabalhos.
Fonte:divulga@setic.ufsc.br
sexta-feira, 25 de maio de 2012
Comissão de juristas aprova cópia integral de livro, CD e DVD
Punição de crimes contra direito autoral, porém, deve crescer no novo Código Penal
A comissão de juristas que discute a reforma do Código Penal no Senado aprovou ontem a liberação de cópias integrais de livros, CDs e DVDs, desde que para uso próprio e sem fins comerciais.
A reprodução parcial já é autorizada hoje, em porcentagens que variam conforme a mídia copiada. Caso a sugestão dos juristas seja acatada pelo Congresso, a cópia completa -desde que única, feita a partir de um original e de uso exclusivo e privado de quem copiou, sem objetivo de lucro- será liberada.
Luis Flávio Gomes, membro da comissão, diz que a proposta "oficializa o que todo mundo faz". "As editoras vão puxar nossas orelhas."
Por outro lado, a comissão endureceu penas para quem violar direitos autorais. O mero uso da obra não autorizado pelo autor, sem ganhos comerciais, continuará sendo um crime leve, com pena de 6 meses a 2 anos de prisão.
A pena aumenta, porém, se a obra for divulgada por internet ou outro meio que facilite a disseminação (de 1 a 4 anos). A pena sobe se houver uso comercial: 2 a 5 anos.
Foi tipificado ainda um crime que pune o plágio intelectual, cujo exemplo mais comum é a cópia de trabalhos acadêmicos. As propostas da comissão de juristas devem ser entregues para votação no Congresso até o fim de junho.
NÁDIA GUERLENDA
DE BRASÍLIA
Fonte: Folha Poder
segunda-feira, 21 de maio de 2012
Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento

Hoje, 21 de maio, é comemorado em mais de 100 países o Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento. A data foi criada pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) em 2001, mesmo ano em que foi feita a Declaração Universal da Unesco sobre a Diversidade Cultural. Em 2005, a Assembléia Geral da Organização adotou a Convenção sobre a Proteção e a Promoção da Diversidade das Expressões Culturais. A convenção foi promulgada no Brasil em 2007 e, até agora, 109 países já ratificaram o documento.
Para comemorar a data a Unesco criou em 2008, o Festival Internacional da Diversidade. O evento, que começou no dia 17 e vai até o dia 27 de maio, está sendo realizado na sede da Unesco, em Paris, com atrações musicais e artísticas que têm como característica a diversidade cultural. O Festival, que acontece simultaneamente em vários países membros, busca dar voz e visibilidade à riqueza da diversidade cultural em todo o mundo.
No Brasil, o Ministério da Cultura criou no dia 7 de abril de 2004, por meio do Decreto n.º 5.036, a Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural (SID) com o objetivo de promover e proteger a diversidade das expressões culturais. Em 2007 foi lançado, no âmbito da SID, o Programa Identidade e Diversidade Cultural – Brasil Plural, para garantir o acesso dos grupos e redes de agentes culturais, responsáveis pela diversidade das expressões culturais brasileiras, aos recursos públicos para o desenvolvimento de suas ações.
Para o secretário da Identidade e Diversidade Cultural/MinC, Américo Córdula, o reconhecimento e a valorização da diversidade cultural estão ligados à busca da solidariedade entre os povos, à consciência da unidade do gênero humano e ao desenvolvimento dos intercâmbios. “A luta pela promoção da diversidade e dos intercâmbios culturais é a nossa forma de mostrar que outro mundo é possível”, afirma Córdula.
Segundo ele, orientada pelo princípio da dimensão cidadã da cultura, a SID desenvolve suas políticas em parceria com a sociedade civil, articulando lideranças e entidades representativas, por meio da constituição de grupos de trabalho, colegiados, fóruns, oficinas temáticas, seminários e congressos. “A atuação da Secretaria consiste na promoção de diálogos com segmentos da comunidade cultural que têm pouco acesso aos mecanismos de incentivo”, esclarece o secretário.
Estímulo à diversidade cultural com premiação
A Secretaria busca ainda fomentar as várias manifestações da diversidade cultural por meio da publicação de editais de premiação de iniciativas e projetos culturais desenvolvidos por segmentos como os indígenas, os mestres da cultura popular, os ciganos, os idosos, a juventude, os integrantes do movimento LGBT (Lésbicas, Gays, Bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros), as crianças, os deficientes e as pessoas em sofrimento psíquico.
Entre 2005 e 2009 foram realizados 15 concursos públicos que receberam 7.595 inscrições. Do total de inscritos, 1.380 projetos foram premiados pela Secretaria da Identidade e da Diversidade Cultural. Cerca de R$ 20 milhões foram investidos nesses editais no período de 2005 a 2009 e, em 2010, mais de R$ 5 milhões serão aplicados na realização de 5 editais.
Três deles, o Prêmio Cultura Hip Hop 2010 – Edição Preto Ghóez, o Prêmio Culturas Ciganas 2010 e o Prêmio Inclusão Cultural da Pessoa Idosa – Edição Inezita Barroso já estão com as inscrições abertas (www.cultura.gov.br/diversidade). A SID realizará, ainda neste ano, os concursos: Prêmio Arte e Cultura Inclusivas 2010 – Edição Albertina Brasil – Nada sobre Nós sem Nós, e Prêmio Culturas Indígenas – Edição Marçal Tupã-y.
Unesco acredita que a diversidade pode abrir canal de diálogo entre os povos
A diretora geral da Unesco, Irina Bokova, lembrou, em manifesto oficial, “que, no Dia Mundial da Diversidade Cultural para o Diálogo e Desenvovimento, devemos refletir sobre as formas de participar, humana e concretamente, da construção da tolerância para com as diversas manifestações culturais de todos os países”.
Bokova cita ainda a Declaração Universal da Unesco para a Diversidade Cultural elaborada em 2001: “Ela postula, com firmeza, que a diversidade cultural é tão necessária para o ser humano, como a biodiversidade é para a natureza. Nesse sentido, constitui patrimônio comum da humanidade e deve ser reconhecida e consolidada em benefício das gerações do presente e do futuro”, informa a diretora da Unesco.
Para Bokova, apesar de vivermos num mundo interconectado, ainda temos dificuldades de comunicação e, para tanto, devemos intensificar o diálogo entre as culturas com o objetivo de estreitar os laços entre os povos de todo o planeta e facilitar o progresso das civilizações. “Temos que ter consciência de que todas as culturas são iguais em dignidade e direitos”, observa ela.
A diretora geral da Unesco aproveita a data para conclamar os governantes, as comunidades e a sociedade civil, de todos os países, para que adotem medidas concretas em defesa da diversidade cultural, colocando-a na vanguarda do diálogo. “Todos nós devemos avançar com o objetivo de construir um mundo solidário, cuja riqueza e força estejam no coração de sua diversidade”, reivindica Bokova.
Trabalho pioneiro do MinC
A coordenadora cultural da Unesco no Brasil, Jurema Machado, acredita que a diversidade cultural brasileira, seja no campo da culturas, dos conhecimentos tradicionais, da arte e da criatividade, tem um enorme significado no contexto mundial . “O país atravessa um dos períodos mais marcantes da sua história tendo em vista que a gestão dessa diversidade, ou seja, a capacidade do Brasil de manejar esse acervo de forma a, não apenas garantir a sua manutenção, mas também assegurar a sua incorporação ao processo de desenvolvimento, interessa não apenas aos brasileiros, mas também ao resto do mundo”, reflete Machado.
Para a coordenadora da Unesco, o Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Identidade e Diversidade Cultural, tem desenvolvido um trabalho pioneiro, em suas ações de políticas culturais, no que se refere à introdução sistemática desse tema, em toda a sua amplitude. “Além disso, desconheço, em outros países do mundo, um trabalho tão dedicado, amplo e contínuo de difusão e divulgação da Convenção da Unesco para a Proteção e Promoção da Diversidade das Expressões Culturais como o que tem sido feito no Brasil”, assegura ela.
(Heli Espíndola- Comunicação/SID)
Fonte: MinC
Lei de Acesso gera pedidos de acesso a papéis da ditadura
A área militar no Executivo federal, em Brasília, recebeu 119 pedidos de informação nos três primeiros dias de vigência da Lei de Acesso à Informação, que entrou em vigor na última quarta-feira.
A nova lei permite que todo cidadão requisite quaisquer informações a Executivo, Judiciário, Legislativo e Ministério Público.
Os órgãos têm a obrigação de atender os pedidos, sob pena de punição ao servidor que se recusar a fornecê-las.
No Ministério da Defesa e nas Forças Armadas, houve procura por documentos produzidos pela ditadura militar (1964-1985), como eventuais relatórios sobre a morte do jornalista Vladimir Herzog (1937-1975) e o atentado a bomba no Riocentro, em 1981.
Os militares também receberam pedidos sobre o Plano Nacional de Defesa, que prevê investimentos bilionários.
O Ministério da Justiça e sete órgãos a ele vinculados, como a Polícia Federal e o Arquivo Nacional, receberam 144 pedidos nos três dias.
As dúvidas mais frequentes dizem respeito a processos por indenizações previstas na Lei da Anistia, dúvidas sobre viagens e outros gastos e atas de reuniões.
Embora tenham sido duas das áreas mais acionadas na Esplanada dos Ministérios, com 12% do total de pedidos, a área militar e o Ministério da Justiça não apareceram no ranking divulgado pela CGU (Controladoria Geral da União) na sexta-feira.
A divergência ocorreu porque, no caso do Ministério da Justiça, a CGU não contabilizou os pedidos feitos aos órgãos subordinados à pasta.
Na lista da CGU, o mais requisitado foi o Banco Central, com 160 pedidos de um total de 2.217. O BC explicou à Folha, porém, que um erro no sistema o levou à primeira posição: um mesmo pedido foi contabilizado 58 vezes.
Sem a repetição, o BC cai para o terceiro lugar e o Ministério da Justiça sobre para o primeiro. A área militar é a terceira mais procurada, abaixo do Ministério do Planejamento.
SENADO
Em três dias de vigência da Lei de Acesso, o Senado recebeu 42 pedidos de informação. O mais polêmico é a lista dos salários dos servidores da Casa. A diretora-geral, Dóris Peixoto, informou que os dados não seriam revelados porque estariam protegidos pela Constituição.
Na sexta-feira, o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), afirmou que vai esperar que o Executivo detalhe como vai ser feita a divulgação da sua folha.
A maioria dos pedidos feitos ao Senado está relacionada a despesas e mordomias, como o fornecimento de combustível para carros oficiais, gastos com apartamentos funcionais e aposentadorias de ex-senadores.
O STF (Supremo Tribunal Federal) recebeu pouco mais de dez pedidos, na maioria informações sobre despesas dos 11 ministros da corte.
RUBENS VALENTE
LÚCIO VAZ
de BRASÍLIA
Fonte: Folha Poder